Paddington e família Brown na Floresta Amazônica

Paddington: Uma Aventura na Floresta – O Ursinho Retorna com Coragem e Ancestralidade

O ursinho Paddington, ícone da cultura britânica e símbolo de gentileza, está de volta em “Paddington: Uma Aventura na Floresta”, terceiro capítulo da franquia que conquistou famílias ao redor do mundo. Com estreia em 23 de janeiro de 2025, o filme promove uma jornada emocionante ao Peru, misturando ação, humor e reflexões profundas sobre identidade e família. Nesta análise, exploramos os acertos, os desafios e os segredos por trás dessa nova aventura.

Enredo: Mistério, Família e a Busca por El Dorado

A trama começa com Paddington (voz de Ben Whishaw/Bruno Gagliasso) recebendo uma carta alarmante: sua tia Lucy, residente no Lar dos Ursos Aposentados no Peru, desapareceu misteriosamente. Determinado a encontrá-la, o urso parte com a família Brown para a Amazônia peruana, onde enfrentam perigos como rios turbulentos, mapas enigmáticos e Hunter Cabot (Antonio Banderas), um caçador obcecado por encontrar a lendária cidade de El Dorado.

Diferentemente dos filmes anteriores, a narrativa inverte a dinâmica: agora são os humanos (família Brown) que se adaptam a um ambiente selvagem, enquanto Paddington assume o papel de guia. Apesar de manter o charme clássico, o roteiro enfrenta críticas por cenas arrastadas e piadas menos impactantes, especialmente em comparação ao aclamado Paddington 2.

Direção e Roteiro: A Ausência de Paul King é Sentida?

Pela primeira vez, a franquia não conta com Paul King (Wonka) na direção, substituído pelo estreante Dougal Wilson. Embora Wilson demonstre competência em cenas de ação (como a sequência do barco desgovernado no rio), sua abordagem perde parte da sensibilidade narrativa que marcou os filmes anteriores.

O roteiro, escrito por Mark Burton, Jon Foster e James Lamont, explora temas como pertencimento e síndrome do ninho vazio, mas falha em desenvolvê-los profundamente. Apesar disso, o filme brilha ao retratar a cultura peruana com respeito, ligando a marmelada amada por Paddington às laranjas da Amazônia e incorporando elementos incas, como quipus e grafismos.

Elenco: Banderas Rouba a Cena, mas Paddington é o Astro

  • Antonio Banderas como Hunter Cabot: O ator espanhol surpreende com um papel canastrão, alternando entre patetice e ambição. Sua busca por El Dorado adiciona tensão, mas falta a genialidade cômica de Hugh Grant em Paddington 2.
  • Olivia Colman como Madre Superiora: A vencedora do Oscar brilha como uma freira excêntrica, com timing cômico impecável e piadas irreverentes sobre religião.
  • Família Brown: Hugh Bonneville e Emily Mortimer mantêm a química, mas personagens como Jonathan (Samuel Joslin) têm participação limitada.

A dublagem brasileira, com Bruno Gagliasso, continua impecável, reforçando a conexão emocional com o público nacional.

Pontos Fortes vs. Pontos Fracos

✅ O Que Funciona:

  • Animação e Efeitos Visuais: Paddington e os animais são realistas e expressivos, com closes que derretem corações.
  • Representação Cultural: O filme evita estereótipos e celebra a cultura peruana, destacando locações reais como Machu Picchu.
  • Mensagem Educativa: Ensina valores como respeito às origens e trabalho em família, ideal para crianças.

❌ O Que Pode Melhorar:

  • Humor Irregular: Piadas menos engraçadas e vilões menos memoráveis.
  • Ritmo Desigual: Cenas arrastadas no segundo ato e desenvolvimento superficial de temas adultos.

Curiosidades Exclusivas

  1. Filmagens: Parte das cenas foram gravadas na Colômbia e no Reino Unido, apesar da ambientação peruana.
  2. Cenas Pós-Créditos: Não saia antes do final! Há duas cenas bônus que valem a espera.
  3. Inspiração Literária: Baseado nos livros de Michael Bond, publicados desde 1958.

Vale a Pena Assistir?

Paddington: Uma Aventura na Floresta é uma aventura divertida e emocionante, ideal para famílias e fãs da franquia. Embora não supere o brilho de Paddington 2, o filme mantém o coração aquecido com sua mensagem sobre ancestralidade e amor incondicional. Para críticos, a mudança de direção e o roteiro previsível são pontos fracos, mas o carisma do ursinho e a fotografia deslumbrante compensam as falhas.

Nota: ★★★★☆ (4/5)

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