Crítica | A Viúva Clicquot

A Viúva Clicquot: O Legado de uma Pioneira do Champanhe

A cinebiografia retrata a vida de Barbe-Nicole Cliquot-Ponsardin, a famosa Viúva Clicquot, abordando os desafios que ela enfrentou após a morte de seu marido, François Clicquot. O filme, dirigido por Thomas Napper, foca nos sete anos seguintes à sua perda e na resistência dela em vender as terras que lhe foram deixadas. Esse período é marcado pela determinação de Barbe em continuar a tradição de vinhos da família.

O enredo alterna entre o presente da história, que se desenvolve entre 1804 e 1811, e memórias do passado que mostram a forte ligação do casal. Esta narrativa, embora convencional, é contada de forma que provocou o interesse do público. A produção, embora não inovadora, mantém o foco na história central e na mensagem que se pretende transmitir.

A direção de fotografia, realizada por Caroline Champetier, é um aspecto destacado no filme. O uso de locações reais e a iluminação natural trazem uma estética rica e autêntica. A paleta de cores, com toques de luz suave, compõe uma ambientação que combina bem com a narrativa. O filme evita o clichê de criar um guia turístico da região, focando em momentos íntimos entre Barbe e François, assim como nas lutas de Barbe para desenvolver sua famosa champagne rosé.

Haley Bennett oferece uma atuação poderosa como Barbe, uma viúva que se recusa a ser limitada pelos padrões sociais impostos pelos homens. Sua performance é sutil e impactante, estabelecendo conexões profundas, tanto com François quanto com Louis Bohne, outro personagem importante. A direção é sensível e cuidadosa, especialmente ao tratar a saúde mental de François e sua bissexualidade, elementos que aparecem de maneira discreta na narrativa.

Entretanto, a apresentação dos feitos de Barbe na indústria de vinhos é simplista. Os dois principais sucessos dela, a criação da champagne rosé e a superação das dificuldades de exportação durante as Guerras Napoleônicas, são apresentados de forma rápida e rasa. A trama não explora suficientemente o talento de Barbe e a real relevância de suas contribuições para o mundo dos vinhos.

A narrativa parece apenas uma introdução, sem explorar a profundidade da vida da protagonista, que viveu até os 89 anos. Isso cria uma sensação de que o filme é apenas um aperitivo para uma história maior, faltando uma contextualização adequada sobre sua importância na produção de vinhos.

A produção poderia ter investido mais em um tutor de idiomas para assegurar a pronúncia correta do francês, um aspecto que se destacou durante as falas. Essa falta de atenção aos detalhes linguísticos pode impactar a experiência do público.

A Viúva Clicquot, lançada em 2023, é uma obra que busca contar a história de uma mulher notável na indústria de vinhos, mas deixa o espectador desejando mais compreensão sobre sua verdadeira importância. Desse modo, a trama brinda uma mensagem de empoderamento feminino em um mundo dominado por homens, mas sem o aprofundamento que a vida de Barbe realmente merece.

  • Direção: Thomas Napper
  • Roteiro: Erin Dignam (baseado em história de Christopher Monger e Erin Dignam e livro de Tilar J. Mazzeo)
  • Elenco: Haley Bennett, Tom Sturridge, Sam Riley, Anson Boon, Leo Suter, Ben Miles, Natasha O’Keeffe, Cecily Cleeve, Paul Rhys, Ian Conningham, Christopher Villers, Cara Seymour, Phoebe Nicholls, Nicholas Farrell, Chris Larkin, Mark Tandy, Antoine Blanquefort, Joseph Rapp
  • Duração: 89 min.

Perguntas Frequentes

Qual é a diferença entre champagne e outros vinhos espumantes?

A principal diferença reside na origem e no método de produção. O champagne é produzido exclusivamente na região de Champagne, na França, e deve seguir normas rigorosas estabelecidas pelo Comitê Interprofissional do Vinho de Champagne (CIVC). Outros vinhos espumantes, como prosecco ou cava, podem ser feitos em diferentes regiões e podem empregar técnicas variadas de fermentação.

Como posso identificar um bom champagne?

Um bom champagne deve ter um equilíbrio perfeito entre acidez, doçura e complexidade de sabores. Verifique as bolhas: devem ser finas e persistentes. Além disso, um aroma fresco e frutado, comprovado por um paladar agradável, são sinais de qualidade. Procure também por champagnes que tenham uma idade de pelo menos três anos, pois esses tendem a apresentar maior complexidade.

É verdade que o champagne deve ser servido sempre gelado?

Sim, o champagne é melhor apreciado em temperaturas mais baixas, com uma faixa ideal entre 6°C e 8°C. Isso realça sua frescura e bolhas, proporcionando uma experiência de degustação mais agradável. Contudo, evite resfriá-lo excessivamente, pois temperaturas muito baixas podem mascarar os sabores e aromas sutis.

Quais pratos combinam melhor com champagne?

O champagne é extremamente versátil e pode acompanhar uma variedade de pratos. Combinações clássicas incluem frutos do mar, pratos à base de frango ou peixe, bem como queijos cremosos. Além disso, o champagne harmoniza bem com aperitivos e sobremesas à base de frutas, tornando-se uma escolha ideal para eventos e celebrações.

Como devo armazenar champagne?

O champagne deve ser armazenado em um local escuro e fresco, longe da luz direta e de temperaturas extremas. A posição ideal é deitada, para manter a rolha umedecida e evitar a oxidação. Assim, mantendo as garrafas em temperatura constante, você garante que o champagne atinja seu potencial máximo quando servido.

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