Crítica do filme Bata Antes de Entrar

Crítica do Filme: Bata Antes de Entrar – O Polêmico Thriller de Eli Roth com Keanu Reeves

O filme “Bata Antes de Entrar” tem dividido opiniões e gerado discussões polêmicas. Dirigido por Eli Roth, o longa estrelado por Keanu Reeves apresenta uma narrativa que explora temas psicológicos e éticos, mas com uma execução que deixa a desejar. O enredo se baseia no conceito do filme original de 1977, “Death Game”, cuja trama gira em torno de uma família aparentemente perfeita, até que duas jovens garotas, Bel (Ana de Armas) e Genesis (Lorenza Izzo), aparecem inesperadamente.

A história começa com Evan (Keanu Reeves), um arquiteto que fica sozinho em casa após sua esposa e filhos saírem para viajar. Durante uma noite chuvosa, as duas jovens batem à sua porta pedindo ajuda, alegando que o táxi as deixou no lugar errado. Evan, solícito, as deixa entrar, o que desencadeia uma sequência de eventos que mudará completamente sua vida. As garotas, que se comportam como vítimas perdidas, lentamente revelam suas verdadeiras intenções, levando Evan a um jogo de sedução e manipulação.

Ao longo do filme, as personagens de Bel e Genesis demonstram seu desejo de testar Evan de maneira psicológica. Elas agem como “justiceiras da fidelidade”, escolhendo aleatoriamente homens para provar que eles são suscetíveis à infidelidade, independentemente de quão perfeita sua vida familiar possa parecer. O filme toca em temas como manipulação emocional e violência psicológica, com as personagens femininas justificando suas ações com base em traumas passados, como abuso sexual.

A principal crítica em relação ao filme é a falta de desenvolvimento sólido das personagens e o roteiro, que se mostra fraco e mal planejado. Embora o filme explore temas profundos, como pedofilia e a fragilidade humana, ele falha ao criar uma narrativa convincente. As duas personagens principais não são apresentadas como ameaças reais, uma vez que não utilizam armas ou estratégias complexas para submeter Evan. Em várias cenas, fica claro que ele poderia ter escapado, o que prejudica a tensão do filme.

O ponto de virada do filme, em que Evan cede à sedução das jovens, ocorre de forma previsível e é seguido por uma série de eventos que não sustentam a intensidade psicológica que a trama propõe. A performance de Keanu Reeves também foi alvo de críticas, com alguns espectadores afirmando que o ator não conseguiu transmitir a complexidade emocional que a situação exigia. No entanto, vale lembrar que o ator seguiu o roteiro, e a fraqueza da narrativa pode ter limitado seu desempenho.

No final, o filme revela que tudo não passava de um jogo macabro, conduzido por duas jovens com transtornos mentais graves. A intenção delas não era matar, mas sim desestruturar emocionalmente a vítima e expor sua vulnerabilidade. Mesmo assim, a execução das cenas, a falta de perigo real e o excesso de situações inverossímeis tornam o filme decepcionante para muitos espectadores.

Bata Antes de Entrar” apresenta uma premissa interessante, mas acaba sendo prejudicado pela falta de profundidade no roteiro e na construção dos personagens. Embora aborde temas importantes, como violência psicológica e infidelidade, a falta de desenvolvimento adequado resulta em um filme que poderia ter sido muito mais impactante. A ideia de um jogo de manipulação poderia ter sido explorada de maneira mais sutil e ameaçadora, o que teria aumentado a tensão e o interesse do público.

Para quem procura um suspense psicológico bem executado, este filme pode não atender às expectativas, mas para aqueles que gostam de analisar filmes com potencial desperdiçado, “Bata Antes de Entrar” oferece material suficiente para reflexão sobre os limites da moralidade e a manipulação emocional.

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